segunda-feira, 30 de abril de 2012

Da solidão



A maior solidão é a do ser que não ama.

A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.

A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.

O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.

Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno.

Ele é a angústia do mundo que o reflete.

Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.
Vinícius de Moraes

Mania de Escrever




Às vezes o único desejo de um poeta é conseguir escrever um texto sem sentido, sem muitas palavras, emoções ou sem todas aquelas suas loucas fantasias.
É como se ele precisasse desabafar, ou talvez dedicar um pouco do seu tempo escrevendo o que possivilmente para muitos sejam frases exageradas e desconexas.
Mas como qualquer pessoa, ele só que um pouco de atenção, nem que seja a dele mesmo ao fitar com olhos concentrados a cada linha desse texto louco, mas que pra ele faz todo sentido, como se tudo encaixasse perfeitamente naquele exato momento.
Ele só deseja grafar seus pensamentos tão breves, únicos, e confusos, mas repletos de um oceano de segredos, muitos deles guardados em um lugar próximo do vão do esquecimento.
No mais esse poeta apenas tenta ser nessa fração de segundos um pouco transparente, ou como um diário secreto que somente ele consegue entender.

Allan Olyver


domingo, 22 de abril de 2012

Guardando na memória



Às vezes se parássemos pra pensar em tantos momentos dessa vida tão terna.

Talvez acharíamos que tudo passa tão rápido, como em frações de segundos daqueles instantes que parecem tão especiais, únicos e com certeza inesquecíveis.
E porque não dizer que é tão bom sentir tudo isso?
O que seríamos sem as cenas dessa longa metragem chamada de vida?
E assim como uma criança que escreve seu primeiro texto, falando em breves linhas e frases curtas tudo aquilo que viveu, assim é o coração daqueles que amam, desejam, insistem sem medo de fraquejar, porque no mais não estão ali só vivendo, mas sentindo tudo aquilo que nem o tempo pode apagar.

Allan Olyver